Em um cenário empresarial marcado pela expressiva abertura de novas empresas e, simultaneamente, pelo alarmante índice de fechamento, a sucessão familiar se destaca como um desafio crucial para a continuidade do varejo supermercadista. A falta de planejamento nessa transição de poder é apontada pelo Sebrae como um dos principais motivos para o encerramento de negócios familiares, representando 44% das empresas fechadas no ano-calendário de 2022.
A importância estratégica da sucessão empresarial não pode ser subestimada, especialmente considerando que 90% das empresas brasileiras são familiares, conforme dados do IBGE. A visão de longo prazo, que transcende a imediatez dos resultados, é fundamental para evitar a perpetuação do antigo adágio “pai rico, filho nobre, neto pobre.”
Entender a dinâmica da sucessão é essencial. A distinção entre sucessão corporativa, envolvendo colaboradores, e sucessão familiar, com membros da família assumindo papéis-chave, destaca a complexidade desse processo. Contudo, a transição de liderança é vital para assegurar a continuidade e a preservação do legado da empresa.
Os seis itens propostos para uma sucessão bem-sucedida:
Planejamento Tributário: Desenvolva um plano contábil abrangente que aborde a transição de liderança, considerando os impactos fiscais e financeiros.
Identificação do Sucessor: Analise as competências e habilidades para identificar potenciais sucessores.
Preparação do Sucessor: Capacite o sucessor, proporcionando conhecimento prático e teórico do seu negócio, bem como uma compreensão abrangente dos processos financeiros.
Participação em Decisões Financeiras: Integre o sucessor nas decisões financeiras, permitindo que ele compreenda e contribua ativamente para o modelo de gestão.
Desapego Gradual ao Poder: Recomenda-se um desapego gradual ao controle da empresa, permitindo uma transição suave sem impactos significativos nas operações.
Mitigação de Conflitos Familiares: Alinhe as expectativas e defina metas claras, garantindo a equidade e assegurando a concordância entre herdeiros e sócios.
Conclusão: A contabilidade emerge como uma ferramenta indispensável na gestão de conflitos familiares e na garantia de equidade entre herdeiros e sócios. Adotar práticas sólidas e estratégias bem definidas é, portanto, imperativo para garantir uma sucessão tranquila, contribuindo não apenas para o sucesso atual, mas para a perenidade das empresas ao longo das gerações vindouras.
Reinaldo Feitosa, Diretor da SLT Consult.